Caro leitor nesta postagem, abordaremos um período importantíssimo para se compreender o tema da próxima postagem que será a Segunda Guerra Mundial, mas antes de acompanharmos o desenrolar da Segunda Grande Guerra, queremos centrar nossa atenção no período conhecido como “Entreguerras” (1919 – 1939). “(...) esses vinte anos foram terrivelmente inquietos. e incertos, com muito poucos instantes de verdadeira paz.” (BRAUDEL, 1951 : p. 235). Este período e marcado por tensões que culminaram na Segunda Grande Guerra Mundial. Dentro de uma gama vastíssima de acontecimentos, ou melhor, dizendo de marcos cronológicos passíveis de analise no entreguerras, optamos por centrarmos nossa atenção sobre a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). Dadas às devidas ressalvas acompanhemo-nos o desenrolar deste evento histórico nas próximas linhas.
A Guerra Civil Espanhola foi o evento que serviu como uma espécie de teatro de ensaio para a Segunda Guerra Mundial. Segundo Ferreira “O conflito tem origem na crise econômica espanhola, que, entre 1929 e 1936, impulsiona grande número de greves, manifestações e levantes de direita e de esquerda.” (2008). Durante este acontecimento histórico vemos o embate das correntes ideológicas que se afrontariam durante os anos de 1939 a 1945 fascismos e democracia.
Para Visentini e Pereira “A Guerra Civil Espanhola constituiu um exemplo das misérias e grandezas da época. A luta encarniçada entre espanhóis envolveu outros povos, para os quais se tratava de uma luta entre o fascismo e a democracia.” (2006: p. 190). Além da entrada em cena de conflitos políticos e ideológicos durante a guerra civil espanhola, vemos também serem testadas armas que viriam a serem utilizadas em larga escala durante a Segunda Guerra.
Além da Guerra Civil Espanhola representa o primeiro embate entre as correntes ideológicas que se digladiariam durante a Segunda Guerra, outro ponto que podemos ressaltar é o grande número de mortos cerca de 400 mil pessoas perderam suas vidas durante este período cruel e violento da História contemporânea da humanidade. Entretanto este número elevado de mortes, não chegaria nem perto do número de pessoas que estavam para perder suas vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Desde já convidamos você leitor a nos acompanhar na postagem seguinte onde veremos os desdobramentos dos embates que se iniciaram na Guerra Civil Espanhola. Até breve!
Referências
BRAUDEL, Fernand. A falência da paz: 1918-1939. Conferência pronunciada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Revista de História, São Paulo, n. 6, 1951.
FEREIRA, Paulo Silva. GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/a-guerra-civil-espanhola-19361939.html > acesso em 12 / 12 / 2013.
VISENTINI, P. As disputas com os novos projetos estratégicos (1914-1945). In: VISENTINI, Paulo & PEREIRA, Analúcia. História Mundial Contemporânea. (1776 -1991). Brasília: IBr,
2006.
2006.
VOCÊ SABIA?
Os trágicos acontecimentos da Espanha da década de 1930 tiveram impacto internacional e inscreveram-se de maneira marcante na memória coletiva, em parte por força das representações construídas no cinema, literatura e artes plásticas. Em destaque tem-se a obra magistral de Picasso, chamada
Guernica.
Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza.
A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.
Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra.
Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante.
Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.
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