segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A Guerra Civil Espanhola: Ensaios para a Segunda Grande Guerra Mundial

Caro leitor nesta postagem, abordaremos um período importantíssimo para se compreender o tema da próxima postagem que será a Segunda Guerra Mundial, mas antes de acompanharmos o desenrolar da Segunda Grande Guerra, queremos centrar nossa atenção no período conhecido como “Entreguerras” (1919 – 1939). “(...) esses vinte anos foram terrivelmente inquietos. e incertos, com muito poucos instantes de verdadeira paz.” (BRAUDEL, 1951 : p. 235). Este período e marcado por tensões que culminaram na Segunda Grande Guerra Mundial. Dentro de uma gama vastíssima de acontecimentos, ou melhor, dizendo de marcos cronológicos passíveis de analise no entreguerras, optamos por centrarmos nossa atenção sobre a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). Dadas às devidas ressalvas acompanhemo-nos o desenrolar deste evento histórico nas próximas linhas.

A Guerra Civil Espanhola foi o evento que serviu como uma espécie de teatro de ensaio para a Segunda Guerra Mundial. Segundo Ferreira “O conflito tem origem na crise econômica espanhola, que, entre 1929 e 1936, impulsiona grande número de greves, manifestações e levantes de direita e de esquerda.” (2008). Durante este acontecimento histórico vemos o embate das correntes ideológicas que se afrontariam durante os anos de 1939 a 1945 fascismos e democracia. 

Para Visentini e Pereira “A Guerra Civil Espanhola constituiu um exemplo das misérias e grandezas da época. A luta encarniçada entre espanhóis envolveu outros povos, para os quais se tratava de uma luta entre o fascismo e a democracia.” (2006: p. 190). Além da entrada em cena de conflitos políticos e ideológicos durante a guerra civil espanhola, vemos também serem testadas armas que viriam a serem utilizadas em larga escala durante a Segunda Guerra.

Além da Guerra Civil Espanhola representa o primeiro embate entre as correntes ideológicas que se digladiariam durante a Segunda Guerra, outro ponto que podemos ressaltar é o grande número de mortos cerca de 400 mil pessoas perderam suas vidas durante este período cruel e violento da História contemporânea da humanidade. Entretanto este número elevado de mortes, não chegaria nem perto do número de pessoas que estavam para perder suas vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Desde já convidamos você leitor a nos acompanhar na postagem seguinte onde veremos os desdobramentos dos embates que se iniciaram na Guerra Civil Espanhola. Até breve!

Referências

BRAUDEL, Fernand. A falência da paz: 1918-1939. Conferência pronunciada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Revista de História, São Paulo, n. 6, 1951.

FEREIRA, Paulo Silva. GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/a-guerra-civil-espanhola-19361939.html > acesso em 12 / 12 / 2013.

VISENTINI, P. As disputas com os novos projetos estratégicos (1914-1945). In: VISENTINI, Paulo & PEREIRA, Analúcia. História Mundial Contemporânea. (1776 -1991). Brasília: IBr, 
2006.


VOCÊ SABIA?

Os trágicos acontecimentos da Espanha da década de 1930 tiveram impacto internacional e inscreveram-se de maneira marcante na memória coletiva, em parte por força das representações construídas no cinema, literatura e artes plásticas. Em destaque tem-se a obra magistral de Picasso, chamada
Guernica. 

Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza. 

A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.

Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra. 

Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante. 

Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Proletariado Russo: a união faz a revolução!

“Revoluções são locomotivas da história, disse Marx.
Revoluções são festas dos oprimidos e explorados.
Em nenhum outro momento, as massas populares encontram-se
em condição de avançarem tão ativamente
enquanto criadores de uma nova ordem social como no tempo da revolução.”
Lênin


A Revolução Russa foi um processo ocorrido no século XX e que se inicia pela ruína do Regime Czarista Russo e das relações aristocráticas ainda presentes no país, sendo assim a porta de entrada para a implementação e a consolidação do socialismo, pois ate então quem predominava era o capitalismo com seu rápido desenvolvimento econômico-politico que estava se propagando dentre as grandes potencias mundiais. 

A Revolução Russa foi movida por grandes revoltas internas e externas, mas o que vamos destacar são esses conflitos internos movidos pelo proletariado, que foi o motor pra que o socialismo viesse a se fundir num país onde a miséria, a fome, o analfabetismo, a forma de trabalho estavam precárias, pois eram desprovidos de qualquer amparo administrativo. Desta forma:

Logo após o fim da Primeira Guerra Mundial e durante sua participação nela, a Rússia passaria por revoluções que libertariam o país tanto das amarras autocráticas, quanto de um proto-capitalismo que começava a se apresentar por algumas regiões do Império Russo. Enquanto os países de toda a Europa eram Democracias Liberais praticamente instituídas, a Rússia, na contramão vai ser o primeiro Estado a aderir o sistema socialista trazendo, assim, uma ruptura política e social: o poder estaria nas mãos do proletariado e, ao fim, do Partido Comunista.¹ 

O proletariado e os camponeses lutaram veemente para conseguir seus direitos, sob o comando do líder Lênin. Depois da Revolução de Outubro de 1917, a União Soviética tornar-se-ia o centro do comunismo internacional. 

A participação das massas oprimidas foi de fundamental importância para a conquista do novo governo socialista, pois pela primeira vez na história dos povos, a classe operária, em sólida aliança com as massas camponesas, guiada pela teoria revolucionária do marxismo-leninismo, destruía o poder dos capitalistas, assumindo assim as responsabilidades de conduzir o destino do Estado. 


Apesar de uma década depois uma serie de crises desmoronarem sobre o socialismo, fazendo com que o capitalismo viesse a se instituir novamente, não se pode deixar de ressaltar que a luta da classe operaria não foi em vão, visto que deixou o seu legado sobre o mundo, pois a Grande Revolução Socialista de Outubro repercutiu decisivamente na luta de todos os povos. Grande foi a influência da Revolução de Outubro sobre os povos dos países coloniais e dependentes, despertando grandes massas populares e, particularmente, a classe operária para a vida política, para a luta por sua libertação.

A histórica vitória dos trabalhadores da Rússia czarista nos heroicos combates de outubro de 1917 e, posteriormente, a construção vitoriosa do socialismo na União Soviética mostraram na prática, aos povos dos países coloniais e dependentes, não só a necessidade de liquidar com a dominação e a exploração imperialistas, como também demonstraram a viabilidade de conseguir, através da luta, a mais completa independência nacional, e abrir o caminho para o socialismo. Assim, a Grande Revolução Socialista de Outubro e o advento do Poder Soviético despertaram o verdadeiro sentimento nacional dos povos dos países coloniais e dependentes e a sua luta pela independência nacional atingiu um novo nível, pois a Revolução de Outubro ligou a luta desses povos por sua emancipação nacional à luta revolucionária dos trabalhadores de todos os países, indicando-lhes, deste modo, a justa rota para conquistar a sua completa libertação nacional e social. ²

Referencias

COSTA, Frederico. A Revolução Russa - vitória, degeneração e resistência. Revista Arma da Crítica, Ano 2, Número 2, Março 2010.

ANDRADE, Rafael Ribeiro. Revolução Russa de 1917. Disponível em: http://rachacuca.com.br/educacao/historia/revolucao-russa-de-1917/ ¹

GRABOIS, Maurício. A Revolução de Outubro Inspira Nossa Luta. Problemas - Revista Mensal e Cultural Política. nº 31. Nov-Dez, 1950. Disponível em: http://www.marxists.org/portugues/grabois/1950/11/outubro.htm ²